quarta-feira, 30 de julho de 2014

NOVO MASSACRE SIONISTA EM GAZA

                                  Declaração da Luta Marxista – 29.07.14
        A oito de julho, Israel desatou o fogo do inferno sobre a população palestina de Gaza. Um dos exércitos mais poderosos do mundo perpetra mais um massacre contra uma população indefesa, sem exército. O Hamas, que é a direção palestina, não tem aviação e nem tanques, apenas armas leves e alguns foguetes artesanais. O lançamento desses foguetes sobre o território israelense e a morte de três adolescentes judeus na Cisjordânia serviram de pretexto para o massacre. Perante a opinião pública mundial, os genocidas sionistas posam cinicamente de defensistas. A agressão colonialista é vendida como “legítimo direito de defesa do Estado de Israel”. Hitler valeu-se dos mesmos argumentos para invadir a Polônia, a Checoslováquia e a Europa. Somente a cumplicidade da grande imprensa venal torna essa manipulação possível. Os fatos são distorcidos de maneira a que o agressor passe por agredido.
        Garantido o apoio da opinião pública, o sionismo sentiu-se com as mãos livres para praticar o seu esporte macabro, já costumeiro: assassinar e expulsar das suas terras a população palestina. Dos seus escritórios em Tel-Aviv, manejando mouses, os carrascos guiam os seus Drones (aviões teleguiados) para despejar bombas de fósforo branco (semelhantes ao napalm) ou de fragmentação sobre populações civis. Estão a testar a eficiência das suas novas máquinas de matar. Israel sustenta-se na indústria bélica, uma das maiores do mundo, sendo o Brasil um dos seus clientes.
        O Estado judeu não nega as centenas de mortes e milhares de mutilados civis, mas denomina isso “efeito colateral”. O seu objetivo seria defender-se, destruir o “terrorista” Hamas. As mortes civis seriam uma consequência involuntária, porque o Hamas usaria a população como escudo. Cinismo pouco é bobagem. Um jornalista ocidental testemunhou a morte de meninos que jogavam bola na praia. Um avião despejou bombas sobre eles e tornou a atacar aqueles que fugiam. Esse é apenas um exemplo entre milhares do tal “efeito colateral”. Como a população de Gaza, em parte apoia o Hamas e vive no mesmo território, toda ela é considerada escudo e, por isso, pode ser “legitimamente” atacada.
        Israel não combate o suposto “terrorismo” do Hamas, como alega. O seu principal alvo é a população palestina, a quem dedica-se a expulsar das suas terras desde 1948, ou mesmo antes. É uma política colonialista planejada. Todas as negociações acenando para a criação de dois Estados, judeu e palestino, foram farsas, seu verdadeiro objetivo sempre foi legitimar a ocupação. Dos acordos de Oslo, Camp David, etc, resultou o reconhecimento do Estado sionista pela OLP e outros estados árabes. A ocupação foi legitimada. O permanente expansionismo sionista faz com que quase nada mais reste do território palestino. O que resta, Gaza e Cisjordânia, constituem-se em campos de concentração palestina. Falta pouco para a concretização total do sonho sionista de criação da Grande Israel. Alguns sionistas mais afoitos, ou mais sinceros, não escondem que o seu objetivo é a “solução final”: a expulsão total dos palestinos dos territórios que ainda lhes restam.  Liberman, ex-ministro do exterior, recentemente defendeu jogar bombas nucleares sobre Gaza e expulsar os palestinos da Cisjordânia.
        O pretexto imediato para o bombardeio foi o sequestro e morte de três adolescentes judeus na Cisjordânia, em junho, filhos de colonizadores. O governo Netanyahu acusou imediatamente o Hamas, que negou o fato, e desencadeou uma brutal repressão, prendendo e torturando centenas de palestinos. O jornal israelita Haaretz, publicou declaração do chefe do Mossad (serviço secreto) em que este previa antecipadamente o sequestro de jovens na Cisjordânia. A história é estranha. Não se descarta o dedo do Mossad. Quem sabe, o crime tenha sido obra de outros grupos, como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que reivindicou o fato (o mesmo que está aterrorizando o Iraque). Segundo Edward Snowden, o EIIL foi criado pelo próprio Mossad e pelos Estados Unidos e a Inglaterra. O uso dessas mortes é mais um pretexto de Israel.
        Somos violentados diariamente pela propaganda pró-sionista que enfatiza o “direito de existência” de Israel, e, portanto, de defender-se. Uma farsa em todos os sentidos. Israel não está na defensiva. Trata-se de uma potência agressiva, colonialista, que já expulsou a maior parte da população palestina. Defender o “direito de existência” de Israel, na prática, significa aplaudir a expulsão dos palestinos, que se repete durante setenta anos. O crime original foi a própria partilha da palestina pela ONU, em 1948. Que direitos teriam os judeus sobre a palestina, após dois mil anos da sua expulsão pelo romanos? Quem sabe, o crime, maior ainda, tenha sido a criação de um Estado fundamentalista judeu, baseado no princípio de que os judeus são “o povo eleito”, superiores. Esse é o mesmo princípio do nazismo, apenas com o sinal inverso. Não existe maior fonte de violência do que as idéias fascistas de superioridade racial.
         Os que defendem o “direito de existência” de Israel apoiam essa barbárie. Nem um Estado racista tem o direito de existência. A ideia iluminista de separação da igreja do Estado está sendo diariamente posta no lixo. Não defender o direito de existência de Israel, não significa jogar os judeus no mar, mas substituir o Estado racista por um estado multiétnico, de igualdade e respeito entre todas as “raças”, culturas e religiões. O sionismo não representa o povo judeu, mas uma minoria de parasitas, banqueiros e magnatas. É igualmente nefasto o fundamentalismo muçulmano, que considera os praticantes de outros credos como infiéis e prega um Estado baseado na Sharia, a lei islâmica. O fundamentalismo judeu alimenta o seu equivalente muçulmano, e os dois o festival de horrores entre os povos da região.

As razões “colaterais” do massacre
        A razão principal do atual massacre é a histórica política planejada de expulsão da população palestina das suas terras, para a concretização do plano sionista da Grande Israel. Isso somente pode ser viável através de guerras permanentes. Por isso, ao sionismo não interessa a paz. Mas existem também outras razões “colaterais”, vinculadas a esta:
1 – a promoção da indústria armamentista, principal setor econômico de Israel. Isso pressupõe o teste dos seus novos armamentos;
2 – adonar-se das recentemente descobertas jazidas de gás e petróleo em Israel, nos territórios ocupados e nas fronteiras com Líbano e Síria;
3 – impedir a exploração do gás palestino pela Rússia (Gazprom), conforme recente acordo entre Mahmud Abbas e Putin;
4 – contornar as divergências internas do regime, unificando-o contra o inimigo comum e mantendo aceso o ódio anti-palestino;
5 – impedir a formação de um Estado palestino, mesmo que fantoche, porque isso implicaria em uma relativa paz e o abandono da política da Grande Israel;
6 – sabotar, pelas mesmas razões, o processo de paz de Obama, que implicaria no fim de novos assentamentos;
7 – sabotar o acordo entre o Hamas e a Autoridade Nacional Palestina, que traz consigo a ilusão de um Estado Palestino, mesmo que tutelado por Israel.

A nossa política
         Enquanto as bombas caem sobre Gaza, Luta Marxista declara e exige:
- o fim imediato dos bombardeios;
- fora as tropas sionistas de Gaza e da Cisjordânia;
- ampla campanha unitária de agitação e propaganda anti-sionista e anti-imperialista. Israel é um braço do imperialismo e não sobrevive sem o seu patrocínio;
- o sionismo não se apóia apenas na força militar, mas também na opinião pública. Por isso, é preciso desmascarar impiedosamente todos os seus cúmplices: a grande imprensa venal, os intelectuais mercenários e os governos subservientes, não apenas aqueles que lhe dão sustentação direta (Estados Unidos e União Européia), mas também os seus cúmplices menores, aqueles que fazem declarações ambíguas e cínicas: contra os “excessos” de Israel, mas a favor do seu direito de existência e de defesa, o que equivale ao direito de colonização. Esse é o caso do governo Dilma. Um lugar privilegiado nessa alcateia de lobos ocupam os regimes árabes. Destaca-se o papel do Egito, que, ao fechar as suas fronteiras com Gaza, torna possível o seu completo cerco por Israel.
        Não se pode exigir de governos subservientes que rompam com Israel, como faz a esquerda conciliadora e traficante de ilusões. Aos cúmplices do imperialismo, não se exige, se desmascara. A melhor defesa de Gaza, é minar o apoio da opinião pública ao sionismo;
- o fim da atual ofensiva, não significa garantia aos palestinos. O terror de Israel é permanente. Não há solução para eles enquanto subsistir o Estado sionista. Lutamos pela destruição do Estado sionista e pela criação de um Estado laico, não racista e socialista. A velha bandeira da OLP, por um Estado laico, democrático e não racista, apesar dos seus aspectos progressistas, não pode ser a nossa divisa, porque não propõe o socialismo, mas um Estado democrático, ou seja, burguês. Não existe solução dentro do capitalismo. A esquerda (morenistas, entre outros) ao defender essa consigna antiga da OLP, admite que não pretende sair dos marcos capitalistas;
- defender o socialismo como solução para a palestina também é insuficiente, porque o capitalismo é internacional e dominado pelo imperialismo. É impossível um socialismo restrito ao oriente médio, menos ainda à palestina. A questão palestina, como qualquer outra, somente se resolve na arena mundial, na luta contra o imperialismo e pelo poder universal do proletariado. É por isso que a nossa propaganda deve ter como eixo central o internacionalismo, a denúncia do capitalismo. É preciso criar um amplo movimento de massa conscientemente anticapitalista, tudo aquilo que a esquerda conciliadora não faz. Para ela a denúncia do capitalismo e a propaganda do socialismo é coisa para os dias de festa.

 - FORA O SIONISMO NAZI-FASCISTA DE GAZA;
 - ABAIXO O TACÃO IMPERIALISTA  IMPERIALISTA SOBRE OS POVOS;
 - VIVA A LUTA E A UNIDADE DOS TRABALHADORES, QUE NADA TÊM A PERDER, A NÃO SER AS SUAS AMARRAS;
 - VIVA O SOCIALISMO.